O modelo de pavimentação mista da Estrada do Capão que será apresentado à Secretaria de Infraestrutura do Estado como solução de consenso pactuada entre a Prefeitura de Palmeiras e moradores e empresários do Vale ainda terá de superar a resistência da opinião pública.

Esta é uma das conclusões do resultado da pesquisa realizada pelo Portal Vale do Capão: a mescla asfalto/calçamento de pedra ficou em quarto e último lugar do levantamento, com apenas 11,3% da preferência dos entrevistados. É superada , superada inclusive pelos 13,4% que responderam que o Governo deveria “deixar como está”.
As duas primeiras posições ficaram as duas alternativas de pavimentação única: o calçamento de pedra, na dianteira, com 37,1% da preferência, seguida pela pavimentação em asfalto, com 25,8% dos votos, refletindo a divisão em torno do assunto.
Cada qual dos demais entrevistados (11,9%) decidiu apresentar um rol de soluções diferentes, que vão desde piso intertravado, ao asfalto ou, calçamento apenas nos trecho críticos.
Ao todo, 194 usuários responderam o questionário de 10 perguntas elaborado pelo Portal para conhecer não somente a opinião sobre a estrada, mas a frequência com que o equipamento é utilizada, a relação do leitor com o Capão e os outros temas que o preocupam. Embora não tenha rigor científico, o levantamento aponta alguns dos principais desafios que a comissão de moradores criada pela Prefeitura de Palmeiras e pela Associação Comercial do Turismo Auto Sustentável do Distrito de Caeté-Açu (Acomtuv) terá durante o processo de elaboração do projeto executivo da obra, que ficará a cargo da Seinfra.
Na última reunião no órgão, o prefeito Ricardo Guimarães foi aconselhado pelo senador Otto Alencar e pela deputada Ivana Braga a formar uma comissão de moradores a fim de dar respaldo popular ao projeto de pavimentação da estrada. Naquele momento, eles se queixavam da pressão exercida contra o projeto de asfaltamento de todo o trecho de 21km que liga a sede do município ao Vale. Essa comissão, formada em encontro com moradores realizado pela Prefeitura e pela Acomtuv na Pousada do Capão, teria nesta terça-feira, 17, sua primeira reunião de trabalho com os técnicos da Seinfra.”O encontro foi adiado porque o secretário Marcus Cavalcanti contraiu o coronavírus”, informou o vereador Dundum. “Vamos aguardar ele cumprir a quarentena pra remarcar a nova data”. Para a comissão, isso representa mais tempo para tentar convencer o Governo do Estado que a mescla de trechos da estrada em asfalto e outros com calçamento de pedra ao longo dos 21km que separam as sedes do município de Palmeiras da do Distrito de Caeté Açu é viável, tanto do ponto de vista técnico, quanto político.
A maioria dos leitores que responderam a pesquisa discorda do asfaltamento da pista: eles somam 61,4% (42,8% dos que acham péssimo mais os 18,6% que acham ruim), contra 38,6% que aprovam a medida (23,2% consideram ótimo, 6,6% bom e 8,8% satisfatório).

RELAÇÃO COM O VALE – Um dado interessante coletado pela pesquisa – e que comprova que o assunto mobiliza até mesmo quem não o conhece na prática – foram os dois formulários preenchidos por pessoas que nunca sequer estiveram no Vale do Capão. Felizmente eles representam apenas 1% dos quase 200 pesquisados.
A maior parte dos entrevistados 53,1% se declarou morador do Vale, outros 27,3% como frequentadores, 12,4% têm casa, mas não mora no Capão, 5,2% trabalham no povoado e 1% raramente o visitam.
17,6% disseram conhecer o Capão desde que nasceram; 33,2% há mais de 20 anos, 23,8% há mais de 10 anos, 13% a mais de 5 anos e 12,4% a menos de cinco anos.
CRUZAMENTO DE DADOS – O calçamento de pedra é o modelo que tem maior prevalência tanto entre os moradores (38%), quanto entre os frequentadores (32%), que preferem deixar a estrada como está (30%) em vez da pavimentação em asfalto (20%). O asfalto fica em segundo lugar entre os moradores (25%). O modelo misto tem 12% de popularidade entre os que vivem no Vale e apenas 9% entre os que o frequentam.
Já o asfalto tem a maior adesão entre os que declararam conhecer o Capão desde que nasceram: 73%, contra apenas 12% entre os que declaram conhecer o Vale há mais de 20 anos. Neste grupo, 45% preferem o calçamento.
DESCONFORTO – 59,6% dos leitores pesquisados utilizam a estrada do Capão de carro, 19,2% de transporte coletivo, 14,5% de moto, 4,7% de bicicleta ou a pé e 2,1% de carona.
Desconforto é a sensação predominante entre os entrevistados, com 47,2% da preferência; 28% sentem alegria, 21,8% medo e 11,4% não manifestaram nenhuma sensação quando utilizam a estrada.
A nota média da estrada foi de 4,3, resultado obtido pela soma de todas as notas atribuídas dividido pelo número de participantes da pesquisa.

TAXA DE VISITAÇÃO – Diante da manifestação da prefeitura de que irá cobrar taxa de visitação para acessar a estrada, o Portal também ouviu a opinião das pessoas em relação à cobrança de pedágio: 42,5% são totalmente contrários, 36,35 são favoráveis apenas para visitantes e veículos pesados; 19,7% apenas para visitantes e 1,6% favorável para todos os veículos.
O Portal do Vale ainda ouviu o leitor sobre que outros assuntos merecem mais atenção do poder público no Capão além da estrada. O resultado desta resposta será conhecido na próxima reportagem sobre a pesquisa.