A paixão pela cultura sempre correu nas veias de Laís Araújo, nativa do Vale do Capão, na Chapada Diamantina (BA). Filha e neta de moradores tradicionais da região, ela cresceu participando de festas como a de São Sebastião, tradição mantida viva por gerações da sua família.
“Desde pequena, eu via meus pais e avós organizando tudo. A festa era algo que unia a comunidade, e eu me envolvi naturalmente”, conta. Essa vivência se transformou em ação quando Laís soube, por meio de uma amiga, do edital do Programa Nacional dos Agentes Territoriais de Cultura, lançado pelo Ministério da Cultura.
A oportunidade a empolgou, mas o processo exigiu coragem. “Foi difícil, pensei até em desistir. Era muita burocracia, muitos documentos… mas minha amiga me apoiou e disse: vai dar certo.” Depois de cinco dias intensos preparando a inscrição, veio a espera — e então, a grande notícia: Laís foi uma das selecionadas entre mais de 5 mil inscritos de todo o Brasil.
“Eu fiquei muito emocionada. Saber que, mesmo aqui no fundo do Vale do Capão, eu fui reconhecida, me deu ainda mais certeza de que estou no caminho certo”, celebra.
Agora, como Agente Territorial de Cultura, Laís participa de forma ainda mais ativa da vida cultural da macro região de Seabra no território da Chapada Diamantina que abarca o município de Palmeiras, onde está o Vale do Capão. Além de mobilizar fazedores de cultura da região, ela tem se aprofundado em formação e articulação de projetos que valorizam as expressões culturais locais.

Terra do Artesanato

“Eu amo arte, eu amo cultura. E agora tenho a chance de multiplicar isso, de dar visibilidade e fortalecer o que já existe por aqui”, diz com brilho nos olhos.
A trajetória de Laís mostra como a cultura popular, quando reconhecida e valorizada, pode transformar histórias — e comunidades inteiras.