A 4ª edição do Julho das Pretas reuniu mulheres negras, lideranças quilombolas, profissionais da saúde, da educação e das artes no território sagrado do Quilombo Tejuco, na Chapada Diamantina. O evento, realizado no dia 20 de julho, reforçou a memória, a resistência e a reexistência preta em um dia de celebração, cura e conscientização.

Organizado pela Coletiva Pretas Diamantina, o encontro contou com rodas de conversa, oficinas, apresentações culturais e momentos espirituais, fortalecendo os laços entre comunidade, ancestralidade e saberes diversos.
Pela manhã, a abertura ficou por conta de Nelcy Freire, idealizadora da Coletiva, que compartilhou palavras de força e acolhimento. Em seguida, oficinas como a de movimentos vitais expressivos, com o psicólogo Jaime Santos, e a oficina “Saúde começa na cozinha”, com Aiala Sales, trouxeram reflexões sobre bem-estar integral. A educadora Aya Tupinambá também conduziu a oficina Corpo-Terra, reconectando corpo e ancestralidade.
O cuidado com a saúde bucal foi abordado na roda de conversa com a Dra. Cris, que orientou sobre escovação e uso do flúor. Já no período da tarde, Luísa Anjos trouxe a pauta do aleitamento como caminho de afeto e saúde, e as profissionais Mara (psicóloga) e Íris Clara (assistente social) trataram do enfrentamento ao abuso sexual infantil e à violência contra a mulher.

A programação também incluiu oficinas de pintura com geotintas, com Jujú Nsaa, de reciclagem, com Recicla Capão, além de um momento informativo sobre regularização fundiária e direitos quilombolas, com Fabíola, liderança do Quilombo Segredo.
No campo da musicalidade e ancestralidade, Larissa Botto promoveu uma oficina de cantigas e ritmos afro-brasileiros, enquanto grupos como Samba Diamantina, Reisado Corcovado, Cordão dos Cabocos e Reisado Barriguda celebraram a cultura preta com canto, dança e fé.


A parceria com o Coletivo de Mulheres do Tejuco foi essencial para a realização do evento, abrindo as portas do território para esse dia histórico de escuta, troca e celebração.
Com o lema “Mulheres pretas em movimento, raiz, palavra e cura”, o Julho das Pretas no Quilombo Tejuco reafirma a potência da luta coletiva, da sabedoria ancestral e do direito à existência digna.








