somos uma colcha de retalhos
lembranças costuradas amiúde
memórias do passado
sons e cheiros familiares
predileções por certas coisas
aversões por outras…
somos esse corolário
como um livro que se escreve no corpo
e a alma é o arcabouço
de muitas histórias…
no silêncio da noite
nos sonhos e nas vigílias
somos descobridores dessa Odisseia
muito perto e longe
do fim anunciado…
pode ser ao cruzar a esquina
ou num consultório
ou em batalhas renhidas
cuja guerra é invencível…
O Destino abreviado ou longevo
permanece icognito
e há quem diga que o livre arbítrio o prolongue…
a força dos hábitos
o que se cultiva na existência
a disciplina e o caráter!
mas segue o homem nessa jornada
no seu barquinho pequeno e frágil…
o gigante tem pés de barro
e Sansão deposita sua força
num segredo que foi compartilhado…
aí vem o inesperado!
aí a luxúria cobra o seu preço
pelo apego demasiado…
Dalila é o evento que anuncia como o homem pode ser derrotado !
mas as escrituras também contam
uma contenda
entre Davi e o gigante !
a funda arremessada pelo ” mais fraco “
aparentemente
é o móvel de sua vitória…
é o instrumento
pensamento e palavra
que em unissono
entendimento
geram a
ação correta !
o objetivo será a glória
que humilde se interpõe
sobre todas as outras coisas ..
é a Obra maior que o sujeito
e o seu Legado !
Para as gerações posteriores
a lembrança que o vento sopra…
mas firme estará o fundamento
e a semente aqui plantada
cujos frutos se desconhecem ainda
pelo futuro que se adianta !