No mês da Consciência Negra, a Yúna Galeria — iniciativa de valorização da arte afro indígena — anuncia a abertura da exposição “Ewà Tirè Òkè”, que será inaugurada no dia 8 de novembro de 2025, a partir das 15h, no espaço Kilumbu Criativo Cazulo Amarelo, no belíssimo caminho que liga a cidade de Palmeiras ao seu distrito mais charmoso, o Vale do Capão, na Chapada Diamantina.
“Ewà Tirè Òkè” é um convite à contemplação do belo em sua forma mais elevada, que nasce do feminino ancestral, da dor e do amor, da escuta e da expressão. As obras das artistas Jùjú Nsaa e Terrorzinho das Artes entrelaçam texturas, cores e formas que evocam rezos visuais e narrativas de cura, força e encantamento.

A curadoria sensível de Jùjú Nsaa conduz o público por uma tessitura poética onde o ser se revela em sua autenticidade e universalidade. A exposição transcende a dualidade de gênero e mergulha em vivências que habitam tanto o íntimo quanto o coletivo, celebrando o feminino como força criadora e ancestral.
Ao mesmo tempo, ajuda a promover uma quebra gradual e constante do preconceito e do racismo em nosso tempo, com o fomento à arte de criação negra e indígena. Ao atribuir beleza e força criativa a um povo que está, especialmente neste mês, associado à dores e memórias de rejeição, a exposição ajuda na reconstrução da autoimagem positiva e fortalecimento da comunidade negra diante da estrutura desigual que ainda se observa no mundo.
Em tempos de retomada, “Ewà Tirè Òkè” é um chamado à beleza que cura, provoca e acolhe. Uma celebração da arte como ferramenta de transformação, memória e encantamento.
Além da visita à exposição, o evento de abertura contará com apresentações musicais da MC ÇaOn e Elisa Aramor, performance da dança ancestral “Benção das Águas Ewà”, com Cássia Santos. Para público infantil, a diversão estará garantida com a contação da história “O Misterioso Banzo de Kianga” pela escritora Maíra Monteiro. Fechando a tarde com animação, a galeria ainda promove a Roda de Côco da Lua Cheia.
A exposição ficará aberta durante todo o mês de novembro e segue até 8 de março do próximo ano, podendo ser acessada em novembro e dezembro às sextas, sábados e domingos, das 10 às 19h e nos meses de janeiro a março de terça a domingo no mesmo horário.
Sobre as artistas
Jùjú Nsaa é mãe de Aruã e Akíndayo, artista e arte-educadora. Em seus traços, memórias e ancestralidades se fazem presentes em simbologias e mitologias que brotam de suas vivências e de seu conhecimento das raízes afro originárias. Suas criações são um diálogo íntimo com sua própria vida — corpos, mares e luas se entrelaçam em gestos de escuta e liberdade. As cores da terra, lilases, amarelos, verdes e azuis evocam o equilíbrio entre força e sensibilidade, o movimento do sagrado e o ciclo da natureza.
Fundadora do Kilumbu Criativo Cazulo Amarelo e curadora da Yúna Galeria e Ateliê, Jùjú Nsaa manifesta em sua arte o poder da criação como cura e continuidade. Sua estética é viva, intuitiva e ritualística: uma pintura que dança, canta e reza.

Terrorzinho das Artes é multiartista, e utiliza as artes visuais como meio de comunicação e expressão. Suas obras, desenvolvidas entre 2023 e 2025, exploram temas como identidade, ancestralidade, feminilidade, espiritualidade e emoção. Cada criação nasce de um instante de escuta e sensibilidade — uma vontade de dizer sem palavras.
Com uma linguagem visual marcada por cores vibrantes, figuras humanas estilizadas e composições que mesclam o surreal e o simbólico, a artista constrói um universo onde natureza, cotidiano e espiritualidade se entrelaçam. O conjunto revela uma leitura do ser em suas dimensões mais íntimas e coletivas — um convite a sentir, olhar e reconhecer o Belo que habita em nós.

Uma galeria que cultiva raízes e futuros
A Yúna Galeria se firma como território de resistência estética e cultural, promovendo artistas que expressam narrativas ancestrais e contemporâneas das matrizes africanas e indígenas. Ao incentivar a arte afro indígena, a galeria não apenas amplia o acesso à produção artística de povos historicamente marginalizados, como também fortalece a memória, o pertencimento e a potência criativa desses saberes.

Programação de abertura – 08/11/2025
- 15h – Abertura com Toque de Yúna
- 15h30 – Visitação guiada com as artistas e curadora
- 16h – Dança Ancestral: Benção das Águas Ewà, com Cássia Santos (Pedagoga, terapeuta integrativa e guardiã de saberes ancestrais afro indígenas. Atua com dança sagrada, constelações, doulagem e arte-educação, com projetos e vivências no Brasil e Europa)
- 16h20 – Apresentação musical com ÇaOn MC (Cantora e produtora cultural, ÇaOn atua com arte e educação através do Hip-Hop e do rap, trabalhados como ferramenta de transformação social) e Elisa Aramor (artista indígena Payayá, produtora cultural, musicista, compositora e educadora musical)
- 16h40 – Contação de história infantil: “O Misterioso Banzo de Kianga”, por Maíra Monteiro (Educadora encantada pelas infâncias, atua com arte, natureza e ancestralidade afroindígena. É escritora, psicopedagoga e coordenadora pedagógica com foco na inclusão)
- 17h – Roda de Côco da Lua Cheia
Local: Yúna Galeria – Kilumbu Criativo Cazulo Amarelo
Estrada para o Vale do Capão, Cajueiro, Palmeiras – Chapada Diamantina
Período de visitação: 8/11/25 a 8/3/25
Artistas: @juju_nsaa @terrorzinart
Informações e novidades no perfil da galeria no Instagram (@yunagaleriaatelie)
>>Para acessar fotos e vídeos, clique AQUI. Créditos nas identificações das imagens. >>Contato para informações e entrevistas: Ananda Azevedo ([email protected] / 71 99132-9909.









