Foram ouvidos na tarde desta quarta-feira, 13, os três adolescentes suspeitos de terem incendiado um ônibus escolar durante a esta madrugada. O episódio ocorreu no Vale do Capão, em Palmeiras, mas os depoimentos foram realizados na delegacia de Lençóis, na presença de seus pais.
Segundo a delegada titular de Lençóis e substituta de Palmeiras, Mariella Silvério, um dos rapazes suspeitos tem 15 anos de idade, outro 16, e a única garota do grupo tem 15 anos de idade. Todos foram liberados a voltar para casa por volta das 19h depois de negarem a autoria do atentado. Portanto, permanecem sem esclarecimento a autoria, a motivação e os meios empregados para a execução do crime.
Os suspeitos foram convocados a depor por terem se envolvido em outro episódio anterior de depredação ao veículo. “Importante salientar que, na sexta feira, dia 08 de abril, fato semelhante ocorreu também em ônibus escolar com danos nas poltronas e inicio de incêndio, nítido ato de vandalismo”, declarou a delegada.
Segundo o Portal Vale do Capão apurou, imagens colhidas por uma câmera de segurança teriam flagrado um adolescente nas imediações do Camping de Seu Dae, onde o veículo estava estacionado, no horário que o incêndio começou, por volta das 2h. A delegada, entretanto, não disse se as imagens são conclusivas. “Foram juntadas filmagens dos fatos e a investigação irá continuar tendo em vista a dimensão do dano e prejuízo aos estudantes da localidade que utilizam o transporte”, declarou.
Mais de 100 alunos das escolas Comunitária Brilho do Cristal, Municipal de Caeté-Açú e do anexo do Rufino do Colégio Estadual Nilde Xavier ficaram sem transporte depois da completa destruição do veículo. Os três suspeitos ouvidos na delegacia já haviam sido flagrados por depredar o ônibus anteriormente.
Segunda a diretora do Nilde Xavier, Yara Gonçalves, ela teria uma reunião ontem com os supeitos e seus pais “devido a fato de vandalismo anterior”. “Devido ao fato anterior eles passam a ser suspeitos desse ato. Mas só a Justiça apontará os culpados após investigação”, declarou. “Foi um dia de tristeza e de muito trabalho para a apuração dos fatos”, resumiu.
Segundo o artigo 250 do Código Penal, “Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem” é um crime previsto com reclusão, de três a seis anos, e multa, com aumento de um terço da pena quando se trata de “veículo de transporte coletivo”. Para os menores de 18 anos anos, o ato infracional equiparado ao incêndio é passível de medida socioeducativa de internação, cuja duração será estabelecida pela Justiça, não podendo exceder ao período máximo de três anos.
A Prefeitura Municipal de Palmeiras não se manifestou sobre o ocorrido. Em nota enviada à comunidade escolar, as diretoras do Nilde Xavier, Yara Gonçalves, e da Escola Caeté-Açu, Rosa Mendes, declaram que “A Prefeitura Municipal de Palmeiras está tomando as providências para a substituição do veículo incendiado, de modo a assegurar o direito ao transporte escolar”. Um modelo zero quilômetro similar ao veículo incendiado custa aproximadamente R$ 270 mil.
