O Parque Municipal do Riachinho registrou nesta quarta-feira, 18, o primeiro assalto à mão armada em seus 20 anos de existência. O crime ocorreu por volta das 12h40, quando os dois monitores responsáveis pelo controle da entrada ao atrativo foram rendidos e tiveram de entregar os 236 reais que estavam no caixa.
“Foi muito estranho. Ele chegou e saiu a pé pela trilha (do Rio Grande) e não aceitou os celulares das vítimas, dizendo que só queria o dinheiro da prefeitura. E antes de ir embora mandou um recado: disse que ia voltar”, conta a secretária de Desenvolvimento Sustentável de Palmeiras (Sedesp), Naiara Nascimento, que registrou a ocorrência na delegacia de Palmeiras.
Principal atrativo do Vale do Capão, a cachoeira de 12 metros de altura passou a tarde de quarta-feira fechada à visitação pública, mas segundo a Sedesp voltou a funcionar normalmente nesta quinta. Segundo Naiara, foi registrado um boletim de ocorrência na delegacia de polícia de Palmeiras. A secretária também formalizou junto à 42ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Lençóis) o pedido de policiamento ostensivo tanto no Riachinho quanto no outro parque municipal, o Morro do Pai Inácio.
Há menos de dois meses, ambos os atrativos passaram a ser monitorado por funcionários da prefeitura. Até então, a prefeitura valia-se de convênios com duas entidades locais para realizar o trabalho: a Associação de Condutores de Visitantes do Vale do Capão (ACV-VC) no Riachinho e o Grupo Ambientalista de Palmeiras (GAP) no Morro do Pai Inácio.
A prefeitura tomou a decisão em atendimento a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) feito com a Promotoria de Justiça Regional Ambiental do Alto do Paraguaçu, que cobrava, entre outras medidas, regularização fundiária para retirada de grileiros e posseiros da área, implementação de planos de manejo e de educação ambiental e providências administrativas no sentido de contratação de pessoal vinculado à prefeitura e implantar o sistema de cobrança eletrônica de venda de ingressos, limitando em no máximo 20% o número de ingressos vendidos no receptivo.
“O MP não mandou tirar, o que o MP fez foi chamar à ordem e à legalidade. O espaço é publico e a prefeitura não poderia terceirizar o Parque, empresa privada só pode manejar dinheiro público mediante concessão”, explicou o promotor Augusto Matos. Segundo a Prefeitura de Palmeiras, um chamamento público está sendo preparado para permitir a participação da sociedade civil na administração dos parques municipais.
Segundo o presidente da ACV-VC, Lucas Neves, a entidade não possui nenhum vínculo com o Parque Natural Municipal do Riachinho desde o dia 1º de julho devido ao encerramento do convênio, após quase 6 anos serviços prestados. “Soubemos do ocorrido após a secretária da SEDESP informar no grupo do COMTURMA, porém não temos conhecimento de nenhum detalhe”, declarou.
A reportagem do Portal Vale do Capão entrou em contato com a Delegacia de Polícia de Lençóis, mas não obteve retorno. Assim que obtiver resposta, a matéria será atualizada.
No ano passado, o Riachinho foi palco de uma tragédia. Dois turistas franceses conseguiram entrar sem serem percebidos no espaço, que estava fechado à visitação pública em função da pandemia do coronavírus. Eles caíram de um penhasco: a mulher foi restada com vida por um grupo de brigadistas da ACV-VC, mas seu companheiro foi encontrado sem vida.