Moradores do Vale do Capão durante reunião aberta convocada pelo Conselho de Gestão do Capão (CGC), neste sábado (20), na escola Rufino Rocha, manifestaram repúdio a decisão da Prefeitura de Palmeiras de substituir a barreira restritiva por uma barreira sanitária, ressaltando a indiferença e desrespeito do prefeito Ricardo Guimarães (PSD) com o Vale do Capão.
Apesar do momento de alta vulnerabilidade e dos números de mortes em todo Brasil ultrapassarem a margem de 136 mil pessoas e, na Bahia, 6 mil, o Governo do Estado emitiu um decreto autorizando o transporte intermunicipal a preços populares.
Acontece que a Prefeitura de Palmeiras reagiu após essa decisão implementando uma barreira sanitária em substituição a barreira restritiva, descumprindo seu próprio decreto número 114/2020, que por meio do artigo n°18, estipula a interdição de pessoas não residentes no município, bem como de turistas em direção às demais localidades e distritos de Palmeiras.
Membros de diversos coletivos e associações também externaram a preocupação e revolta com a postura do prefeito durante a reunião.
Foi ressaltado, ainda durante a reunião, os diversos motivos pelos quais o Vale do Capão não conta com estrutura para atender turistas na atual conjuntura. “Se os mercados atendendo poucas pessoas por vez e com uma fila de 3 pessoas, já causam uma espera de 40 minutos, imaginem com turistas?” ressaltou um morador.
A Associação de Condutores de Visitantes do Vale do Capão (ACV-VC), apresentou uma sugestão de protocolo de reabertura gradual e consciente do Vale do Capão.
O Coletivo Juventude Capão propôs uma moção de repúdio pela retirada da barreira restritiva e adesão da barreira sanitária.
Os moradores também fizeram um apelo à prefeitura pela finalização dos banheiros públicos na vila, bem como lavatórios de mãos. Também foi sugerido a realização de um plebiscito para que a população fosse ouvida antes da reabertura oficial, bem como o retorno da barreira do Riachinho.
Na próxima quarta-feira (23), às 17h, acontecerá no Rufino outra reunião do grupo de atuação de protocolos do CGC. O Conselho se comprometeu a levar para a Prefeitura todos os encaminhamentos e demandas apresentadas pelos moradores.
Em entrevista ao Portal Vale do Capão, o secretário municipal de Saúde, Walney da Silva, pontuou que a prefeitura criou protocolos visando orientar os comerciantes quanto aos cuidados e medidas de segurança que todos devem tomar para realizar a abertura de estabelecimentos.
“Em relação ao preço popular certamente é uma estratégia de marketing das empresas, o governo não determina essa estratégia de vendas junto as empresas privadas. Acho isso desnecessário e de certa forma temeroso, pois não estamos livres da pandemia e é de conhecimento de todos que ainda não temos cura para o COVID e a única alternativa para se evitar a doença é a prevenção através das medidas de segurança, principalmente o isolamento social”, disse, optando por não comentar sobre o decreto.