No último 4 de dezembro aconteceu o evento gratuito que reuniu muitas famílias no Anfiteatro da Pousada do Capão. O espetáculo nasceu do projeto pedagógico Luz Diamantina da professora Drica Duarte, natural de Ceará, que tem mais de 26 anos de trajetória no ensino da dança e desde 2012 desenvolve seu trabalho educacional e artístico em Vale do Capão. Este ano a proposta foi inspirada na infância através da experiência com o trabalho com o arquétipo da Criança Mágica dentro do conhecimento xamânico que segundo a idealizadora do Projeto é um arquétipo da a confiança e a Inocência, de acreditar que tudo vai a dar certo, que tudo ficará bem.
A história é sobre uma velhinha que está muito conectada com a criança mágica dela, então por isso ela é uma velhinha, muito diferente. Através dos olhos deste personagem interpretado pela Artista Carolina Endi vemos passar uma série de relatos dançados com intérpretes de idades variadas, entre eles crianças e adultos que nos convidam a lembrar a pureza e beleza da infância. A necessidade de falar sobre este tema surge como uma inquietação de Drica diante das dificuldades que as crianças estavam passando no contexto do isolamento.
O trabalho docente de Drica está especificamente focado no bem-estar e na saúde, diferente de um trabalho com foco no alto desempenho na dança clássica. Porém, o objetivo do projeto artístico foi a busca da ludicidade para que as crianças pudessem desenvolver as capacidades físicas e psíquicas através da dança de uma maneira harmoniosa. “As crianças foram muito privadas das atividades, ficaram muito tempo sem poder ir à escola, as atividades foram suspensas e até mesmo as brincadeiras entre elas. Acabou ficando tudo mais reduzido ao convívio de cada família, eu vi as crianças passando por essas dificuldades, então senti que tinha que trazer um tema bem profundo sobre a infância. A criança explora sempre novas possibilidades, ela levanta e cai quantas vezes for necessário, até aprender o caminho certo para ficar em pé ou para andar” conta Drica após a apresentação.
Com uma expressão forte no teatro e na dança, a gente assistiu a um desdobramento de aproximadamente 40 artistas no palco, entre eles crianças, jovens e adultos que trabalharam distintos estilos como o clown, ballet, dança contemporânea e dança do ventre. Entre os artistas convidados estiveram presentes a WW. Ulla, Julia Diamantina, Alvaro Sono, Flor Ainá, Julieta Menezes, Jan Macedo, Raquel Minako, Ron Oren, Karin Flores, Josefina Bustillo, Julia Masiero, Patrícia Ferraz.
Em relação ao elenco, Drica comenta: “Fui convidando os artistas que estavam mais próximos no meu campo de ação e que eu sentia que iriam complementar de forma diversificada nosso elenco. Uma das coisas que eu gosto muito é de trazer essa diversidade dos corpos dançantes para que a gente possa ver a dança a partir de muitos olhares, de muitas possibilidades diferentes, pedagogicamente isso para mim e para as crianças é muito rico, porque elas podem observar que a dança se manifesta muito criativamente e de diversas maneiras, não ficam com olhar limite sobre o que é a dança, então trazer essa amplitude num espetáculo é muito importante”.
O espetáculo foi financiado de forma colaborativa através da campanha pela Plataforma Benfeitoria (https://benfeitoria.com/festival-de-danca-luz-diamantina-rke?ref=benfeitoria-pesquisa-projetos) e também através de recurso pela Lei Aldir Blanc através do edital Palmeiras Cultural lançado pela Prefeitura de Palmeiras. O evento finalizou o ciclo das atividades do ano letivo de 2021 para recomeçar no início de 2022, provavelmente em fevereiro, com aulas regulares para crianças a partir de 4 anos de idade até adolescentes e adultos no salão de dança da Academia Vale Fitness.
Lindo artigo Gabi . Obrigada por fazer essa resenha do nosso espetáculo.