Até recentemente trabalhei no postinho aqui do Vale do Capão. É uma unidade de saúde vinculada ao programa Estratégia Saúde da Família (ESF), do Governo Federal (SUS), o qual assume grande parte dos custos do posto.
Este programa tem como parte de sua atividade a educação para a saúde. Por isso, antes da pandemia costumávamos fazer diversas atividades educativas, coisa que nos enchia de satisfação. Agora a turma está tentando recomeçar a assumir as atividades normais… mas ocorrem algumas situações que dificultam esta ação.
Uma delas é que nem todos perceberam que a pandemia de covid-19 ainda não acabou. O São João aqui em Palmeiras foi animado como sempre, mas infelizmente o clima afetou a memória e foi um fuzuê e gente sem máscara. Descuramos o cuidado! Então depois das festas a quantidade de infectados por esta virose cresceu muito. E aí o atendimento de outras questões (inclusive aquelas educativas) se vê comprometido.
Isto é uma algo que me preocupa, pois a ESF é um instrumento excelente para nós todos, enquanto cidadãos, aprendermos a nos cuidar de nós mesmos. Talvez você não saiba que em torno de 70% dos nossos problemas decorrem de nosso estilo de vida e mais de 80% das consultas nos postos de saúde tratam de problemas que poderiam ter sido resolvidos em casa, pela própria pessoa. Por causa disso, os postos e hospitais estão sobrecarregados e tantas pessoas com problemas sérios amargam nas filas.
Pedimos mais hospitais e, em pouco tempo eles ficam sobrecarregados. Pedimos mais hospitais…
Nossos avós sabiam de métodos simples para resolver a maior parte dos problemas de saúde que os afligiam. Sabiam de uma planta, de um escalda pé etc. Nós, o povo, carecemos de voltar a saber algumas dessas coisas. Deixemos para o serviço de saúde os momentos em que nosso saber não seja suficiente.
Nós, o povo, precisamos (com urgência) reduzir (pelo menos) a nossa dependência ao sistema de saúde (público ou privado).
Urge que nós, o povo, reduzamos a nossa dependência, e a crença de que nossa saúde e a direção de nossa vida esteja em mãos de médicos (e demais pessoal e serviços de saúde), ou de políticos, ou de grandes líderes de qualquer área.
Nós, o povo, devemos, sem extremismos, parar de crer que alguém lá fora salvará nossa vida (sem negar que há ocasiões em que é assim como em, por exemplo graves acidentes com lesões sérias), parar de acreditar que um alguém salvará o Brasil, salvará a nossa cidade, ou estado, e conduzirá nossas vidas.
Beijos no coração!
Pedimos mais hospitais e, em pouco tempo eles ficam sobrecarregados. Pedimos mais hospitais… Frase perfeita Drº Áureo, moro em São Paulo, sou profissional de saúde, o nosso cenário está como descrito.
Tive a oportunidade de conhece -lo quando estive no Capão, retornarei assim que possível, gratidão!!!
Eu gostei muito sobre conversando com Aureu