sexta-feira, 29 março, 2024

Senhora Kali: Nossos lenços aos Vossos pés

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Senhora Kali: Nossos lenços aos Vossos pés

A nossa União provém de vivermos através dos tempos, de inúmeras andanças, idas e vindas, aprendendo maneiras de viver, de cuidar  e nos relacionar com os reinos da natureza. Aguçamos a sensibilidade, com a arte e devoção que nos faz mover.

Mãe Imantada em mares ciganos, Marias do mar, jamais estaremos desamparadas. Nossos caminhos acompanham as pegadas do Cristo, rei do mundo trazido por suas mãos senhora negra, Sara Kali, e convosco seguimos com nossos lenços aos seus pés.

Carregamos a liberdade do espírito, como lição mais importante, e por isso permanecemos livres nas nossas andanças, rodas de cura, conversas dançantes, musicais e curativas, defendendo nossos saberes e cultura, resgatando e partilhando valores e instruções, um legado de experiências e ensinamentos. Apesar das severas perseguições no tempo, permanecemos vivas e espalhadas pelo planeta Terra. Tradicionais ou Intencionais, circulam em nosso sangue, substâncias ciganas.

Temos sabor de pão e vinho, frutas frescas ou secas, aromas e cores de flores,  incensos de mirra, jasmim e alecrim,  temperadas com cravo e canela. Somos Chamas de velas vermelhas e douradas, ou azuis e prateadas, vai depender do Guia, elemento do dia e da estrada a seguir. Somos mulheres do vosso povo cigano. Salve o dia 24 de maio! Cobertas com seu manto celestial, seguimos livres de toda negatividade, protegidas  e iluminadas, por ser tu, Santa Sara, nosso farol, a força das águas claras e espiraladas. Que com a força do Sol, com a força da Lua, com a força do Fogo, com os poderes da Mãe Terra, nesta hora e para sempre, possamos sentir a tua presença abençoada, presente em nossas mentes e corações, por todos os caminhos a seguir.

É preciso manter acesa a chama da confiança e da fé na potência que há em ti, sem mais ilusões estarás unida às fazedoras de milagres

Em constante mutação, carregamos conosco pó de sândalo, para aliviar qualquer dor e recordação, males do fígado e do coração, e sementes de gergelim, para nunca perdermos a esperança e a fé na vida. Nas nossas maneiras de cuidar, a criatividade é ingrediente especial, especiaria, especialidades. Cozinhar é alquimia e alimentos são medicamentos. Temperamos personalidades equilibrando exageros e desvios. Aproveitamos de cada ingrediente, suas propriedades terapêuticas, forma, cor, cheiro, textura,  significado e propósito, dirigindo -as às necessidades do corpo e da alma.  Buscar a inter-relação com os reinos, os fenômenos naturais, os astros, são nossas formas de curar. 

Consideramos a doença, efeito físico dos desníveis energéticos, das dimensões do viver, causados por falsos credos e pouca fé, desequilíbrios químicos biológicos, emocionais, mentais, e ou espirituais. Aprendemos desde cedo, portanto, maneiras de auto cuidar e curar. Eterna relação com certa  devota aspiração, utilizamos dos elementos de que somos compostas, para purificar, desintoxicar, realinhar, equilibrar, vitalizar os nossos corpos, sonhos e emoções. E em nossos altares, mantemos nossos lenços coloridos aos seus pés, devotas de Sara.

 Nossa história é por si mistério. Nossos registros permanecem na alma, não podem ser corrompidos, por mais que tentem os aprisionados na matéria. Somos místicas e sobrenaturais, integradas à natureza corajosamente. Nosso pensamento é genuinamente oriental, isto é, não linear, ele é flow espiralado, subimos e descemos nos ritmo das nossas almas,  na roda da vida, e se somos filhas do sol, precisamos estar caminhando, por entre as estações. Nascendo e se pondo a cada novo dia.  Quando nos aventuramos nos montes místicos da nossa Divindade, acessamos poderes de visão ilimitada, e seguimos para os campos dos Milagres, onde a vida flui o rio da vida.

Suba até o topo de si e ore. Nós as fazedoras de milagres temos que nos manter unidas.

Uma vez, no fundo de um leito de rio cristalino, havia uma aldeia de criaturas viventes. A corrente seguindo seu caminho, reconhecendo seu próprio ser cristalino, passava por cima de todas elas, jovens, velhos, ricos, pobres, bons ou maus. As criaturas, cada qual a seu modo de viver, agarrava-se às plantas, árvores, pedras, o que viam à sua frente. Agarravam-se porque era seu modo de viver. Resistir a corrente foi o que aprenderam desde que nasceram. Em meio a correnteza, preenchida de fé e devoção, invoquei a Ti e desaguei: Estou cansada de ficar agarrada, minha santa Sara. Vou me soltar e deixar que a corrente me leve para onde quiser. Se me agarrar, morrerei de tédio.

Inspirando profundamente soltei-me e fui lançada pela corrente para baixo das pedras. Persistindo em não resistir, a corrente me trouxe de volta, sem mágoas nem machucados. E as criaturas exclamaram: Um mliagre! Imediatamente sua voz do eu maior ressoa dizendo, não somos mais que vocês, apenas o rio tem o prazer de nos erguer a liberdade, se ousamos nos soltar, e concluiu: o nosso verdadeiro trabalho é essa viagem de aventurar-nos na certeza de ser. Fez-se o silêncio e seguimos voando conforme os ventos da muda dança da vida. 

Somos a chave mestra das portas da liberdade na eterna peregrinação de si. 

Atentem-se a isto. As experiências do mundo sensível, sim, são reais. São lembretes para uma alma avançada. Se chegastes até aqui, é porque estão neste ponto de avanço do caminho. Aquilo que se passa em volta, não é realidade. Lembrem-se de onde veio, e para onde estão indo. Tudo é um bom treino, mas levem a morte a sério, como os sonhos. Espaço tempo diferentes. Sem precisar provar nada para ninguém. Morrer é como mergulhar num lago profundo em um dia quente, e nadar na realidade. Somos ymãs e atraímos a corrente magnetizada que está em nós. 

Brilhando como estrelas, atrairemos semelhantes, aqueles com quem temos algo a ensinar e aprender também. Imaginar aquilo que magnetizamos fará a energia seguir o pensamento. Imaginem o que querem, visualizem, envolva -os em luz dourada e aguardem encontrá-lo. Se quiserem receber aquilo que estão magnetizando, incluam-se na cena. Não há passado nem futuro. É, é tudo que precisa ser. Fiquem firmes, não deixe que as multidões lhes aprisionem, mas escrevam para elas aquilo que aprenderam. Não importa a dificuldade da tarefa. Encontre o conhecimento escolhido e sejam felizes, concluiu nossa Santa protetora.

Salve Sara!

Maria Az
Maria Az
Maria Az é Artista, Articulista, Terapeuta Holística residente no Vale do Capão, ocupada com a Saúde e Bem estar do ser humano integral, Corpo Mente e Espírito. Formada em Dança na UFBA, inicia sua trajetória de formação, por diversas técnicas artísticas e terapêuticas, corporais e sinestésicas, como yoga, dança, teatro, circo, artes plásticas, massoterapia, aromaterapia, bambuterapia, cristaloterapia, chakcras, cromoterapia, fitoterapia, genoterapia, termalismo social, retiros, todas elas oriundas das medicinas tradicionais, antroposóficas e naturais, dos saberes práticos e transmissões ancestrais, hoje chamadas de Práticas Integrativas Complementares, das quais sou atuante e ativista. Saudações!
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