Remeto-me às árvores
Ao como elas com suas folhas
Deliciam-se ao vento:
Dançam mais quais cabelos
À alegria do vento!
Bebo da luz por minhas raízes
Tenho em mim no ventre
O óleo e o pavio que mantêm
A lamparina da vida acesa
O cântaro, o receptáculo, o athanor
A sede do fogo sacro, o centro
O meu centro, umbilical, lugar
Para o qual tudo o demais gira
Sou víscera mais que nada
Visceral habito o mundo
Através minhas raízes viscerais
Produtoras da alegria, na luz
Dos meus intestinos, sempre luz!
Vôo, vou e alcanço os píncaros
Sidéreos da imaginação, vôo
E se vou é apenas porque
Há uma luz que se fragua
Imperceptível, sutil, em meu ventre.
Em 9/3/22
Dedico este poema a 3 mulheres únicas, que muito me ensinam (M, K e C)